domingo, 29 de agosto de 2010

Sobre o tempo e eu.

A tranquilidade que o mar me traz
Toda essa verdade que me satisfaz
A necessidade de um dia a mais
Aprendi com o tempo.

A felicidade e o meu sorrir
Essa incerteza do pra onde ir
O não preocupar se vou me iludir
Descobri no tempo.

O sonho escolhido pra realizar
O desejo puro de fotografar
A cidade nas cores que eu vou pintar
Esperei do tempo.

Toda a paciência, do botão à flor
Essa insegurança, alegria e dor
Também a surpresa de um novo sabor
Eu ganhei do tempo.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010


Muitas vezes é confuso

É difícil de PENSAR

Como um ângulo obtuso

Como a imensidão do mar



E entre todas variáveis

Dessa imensidão, eu penso

E, ao mesmo tempo

Eu já deixo de PENSAR, pois

Meus pensamentos ruflaram

Voando, seguindo o vento

Ou mergulhando no mesmo mar



Vejo-os embaraçosos

E isso é por si só

Ou talvez embaraçados

Um emaranhado de nós



E não há quem os revele

É mistério e segredo

É a chave do arcabouço:

Tentar, PENSAR e sentir medo



Mas quem poderia dizer

Que o ato mais difícil

E o que fazemos só

Por PENSAR em fazer?

Pensar, pensar, pensar

quarta-feira, 18 de agosto de 2010



NÃO QUERO A PSICOSSOMÁTICA
NÃO QUERO UM PSEUDO-REMÉDIO
NÃO QUERO UM NOVO DISFARCE
COMO UMA CURA PRO TÉDIO
NÃO QUERO QUALQUER FÁRMACO
NEM UM LITRO DE ABSINTO
SÓ QUERO QUE A DOR QUE SINTO
SE CONVERTA EM UMA BALA
E O ÓDIO QUE ME APERREIA
SE MATERIALIZE NUM ALVO
PARA QUE EU DÊ UM ÚNICO
DISPARO
E MANDE ESSES DOIS
PRA CASA DO CARALHO...

domingo, 15 de agosto de 2010

Mais desse mesmo aí de baixo...

Achei essa postagem bem legal, ela explica não só a primeira parte do livro, como o livro todo de uma forma que, ao contrário do que o autor do post diz, ficou bastante sucinta (pelo menos em relação à complexidade do livro)
A galera de produção cinematográfica deveria fazer esses 5 filmes... (mas nem do Hobbit fez ainda =( =( =(


Pra quem gosta de mitologias...





Abaixo estão as três primeiras páginas do livro O Silmarillion de J.R.R.Tolkien, que é quase uma bíblia para mim; espero que vocês gostem (e/ou não fiquem com preguiça por causa do tamanho, rsrs)

No início, Eru, o Único, que no idioma élfico é chamado de Ilúvatar, gerou de seu pensamento os Ainur; e eles criaram uma Música magnífica diante dele. Nessa música, o Mundo teve início; pois Ilúvatar tornou visível a canção dos Ainur, e eles a contemplaram como uma luz nas trevas. E muitos dentre eles se enamoraram de sua beleza, e também ele. Sua história, cujo início e evolução testemunharam como numa visão. Então, Ilúvatar deu Vida a essa visão e a instalou no meio do Vazio; e o Fogo Secreto foi enviado para que ardesse no coração do Mundo; e ele se chamou . Então, aqueles dos Ainur que assim desejaram, levantaram-se e entraram no Mundo no início dos Tempos; e foi sua missão realizar esse Mundo e, com seus esforços, concretizar a visão que haviam tido. Foi longa sua labuta nas regiões de Eä, que são vastas para além do alcance de elfos e homens, até que, no momento previsto, foi criada Arda, o Reino da Terra. Eles então vestiram os trajes da Terra, desceram até ela e a habitaram.

Dos Valar

Os Grandes, entre esses espíritos, os elfos denominam Valar, os Poderes de Arda; e os homens com freqüência os chamaram deuses. Os Senhores dos Valar são sete; e as Valier, as Rainhas dos Valar, são também em número de sete. Estes eram seus nomes no idioma élfico falado em Valinor, embora eles tenham outros nomes na fala dos elfos da Terra-média, e entre os homens seus nomes sejam numerosos.

Os nomes dos Senhores na ordem correta são Manwë, Ulmo, Aulë, Oromë, Mandos, Lórien e Tulkas; e os das Rainhas são Varda, Yavanna, Nienna, Estë, Vairë,Vána e Nessa.

Melkor não é mais incluído entre os Valar, e seu nome não é pronunciado na Terra. Manwë e Melkor eram irmãos no pensamento de Ilúvatar. O mais poderoso daqueles Ainur que vieram para o Mundo foi inicialmente Melkor. Já Manwë tem a maior estima de Ilúvatar e compreende com mais clareza seus objetivos. Ele foi designado para ser, na plenitude do tempo, o primeiro de todos os Reis: senhor do reino de Arda e governante de todos os que o habitam. Em Arda, seu prazer está nos ventos e nas nuvens, e em todas as regiões do ar, das alturas às profundezas, dos limites mais remotos do Véu de Arda às brisas que sopram nos prados. Súlimo é seu sobrenome, Senhor do Alento de Arda. Ele ama todas as aves velozes, de asas fortes, e elas vão e vêm, atendendo às suas ordens.

Com Manwë mora Varda, Senhora das Estrelas, que conhece todas as regiões de Eä. Sua beleza é por demais majestosa para ser descrita nas palavras de homens ou elfos, pois a luz de Ilúvatar ainda vive em seu semblante. Na luz estão seu poder e sua alegria. Das profundezas de Eä, veio ela em auxílio a Manwë; pois conhecia Melkor antes do início da Música e o rejeitava; e ele a odiava e temia mais do que qualquer outro ser criado por Eru. Manwë e Varda raramente se separam, e permanecem em Valinor. Suas moradas são acima das neves eternas, em Oiolossë, atorre suprema da Taniquetil, a mais alta de todas as montanhas na face da Terra. Quando Manwë sobe ao seu trono e olha em volta, se Varda estiver ao seu lado, ele vê mais longe do que todos os outros olhos, através da névoa, através da escuridão e por sobre as léguas dos mares. E, se Manwë estiver com ela, Varda ouve com mais clareza do que todos os outros seres o som de vozes que gritam de leste a oeste, dos montes e dos vales, e também dos locais sinistros que Melkor criou na Terra. De todos os Grandes Seres que habitam o mundo, os elfos sentem maior reverência e amor por Varda. O nome que lhe dão é Elbereth, e eles o invocam das sombras da Terra-média, elevando-o em hino quando nascem as estrelas.

Ulmo é o Senhor das Águas. Ele vive só. Não mora em lugar algum por muito tempo, mas se movimenta à vontade em todas as águas profundas da Terra ou debaixo dela. Seu poder só é inferior ao de Manwë; e, antes da criação de Valinor, era seu melhor amigo. A partir dessa época, entretanto, raramente foi às assembléias dos Valar, a menos que questões importantes estivessem em discussão. Pois guardava na mente Arda inteira; e não necessita de um local de repouso. Além disso, não gosta de caminhar sobre a terra e raramente se dispõe a se apresentar num corpo, como fazem seus pares. Se os Filhos de Eru o avistassem, eram dominados por intenso pavor; pois a chegada do Rei dos Mares era terrível, como uma onda que se agiganta e avança sobre a terra, com elmo escuro e crista de espuma, e cota de malha cintilando do prateado a matizes do verde. As trombetas de Manwë são estridentes, mas a voz de Ulmo é profunda, como as profundezas do oceano que só ele viu. Não obstante, Ulmo ama elfos e homens e nunca os abandonou, nem mesmo quando foram alvo da ira dos Valar. Às vezes, ele vem despercebido ao litoral da Terra média, ou entra terra adentro, subindo por braços de mar para aí criar música com suas grandes trompas, as Ulumúri, que são feitas de concha branca; e aqueles que a escutam, passam a ouvi-la para sempre em seu coração, e o anseio pelo mar nunca mais os abandona. Na maioria das vezes, porém, Ulmo fala àqueles que moram na Terra-média com vozes que são ouvidas apenas como a música das águas. Pois tem sob seu domínio todos os mares, lagos, fontes e nascentes, e os elfos dizem que o espírito de Ulmo corre em todas as veias do mundo Assim, mesmo nas profundezas do mar, chegam a Ulmo notícias de todas as necessidades e aflições de Arda, que de outra forma permaneceriam ocultas a Manwë.

Aulë tem poder pouco inferior ao de Ulmo. Governa todas as substâncias das quais Arda é feita. No início, trabalhou bastante na companhia de Manwë e Ulmo; e a criação de todas as terras foi sua tarefa. Ele é ferreiro e mestre de todos os ofícios; deleita-se com trabalhos que exigem perícia, por menores que sejam, e também com a poderosa construção do passado São suas as pedras preciosas que jazem nas profundezas da Terra, e o ouro que é belo nas mãos, não menos do que as muralhas das montanhas e as bacias dos oceanos. Os noldor foram os que mais aprenderam com ele, e ele sempre foi seu amigo. Melkor sentia inveja de Aulë, pois era Aulë o que mais se assemelhava a ele em idéias e poderes; e houve um longo conflito entre os dois, no qual Melkor sempre desfigurava ou desfazia as obras de Aulë; e Aulë se exauria a reparar os tumultos e as desordens de Melkor. Os dois também desejavam criar coisas que fossem suas, novas e ainda não imaginadas pelos outros, e gostavam de ter sua habilidade elogiada. Aulë, porém, mantinha-se fiel a Eru e submetia tudo o que fazia à sua vontade; e não invejava os feitos dos outros, mas procurava conselhos e os dava. Ao passo que Melkor dissipava seu espírito em inveja e ódio, até que afinal não fazia mais outra coisa a não ser ridicularizar o pensa-mento de terceiros, e destruiria todas as obras alheias se pudesse.

A esposa de Aulë é Yavanna, a Provedora de Frutos. Ela ama todas as coisas que crescem na terra, e guarda na mente todas as suas incontáveis formas, das árvores semelhantes a torres nas florestas primitivas ao musgo sobre as pedras ou aos seres pequenos e secretos que vivem no solo. Em reverência, Yavanna vem logo após Varda entre as Rainhas dos Valar. Na forma de mulher, ela é alta e se traja de verde; mas às vezes assume outras formas. Há quem a tenha visto em pé como uma árvore sob o firmamento, coroada pelo Sol; e, de todos os seus galhos, derramava-se um orvalho dourado sobre a terra estéril, que se tornava verdejante com o trigo; mas as raízes das árvores estavam nas águas de Ulmo, e os ventos de Manwë falavam nas suas folhas. Kementári, Rainha da Terra, é seu sobrenome na língua eldarin.


Os fëanturi, senhores dos espíritos, são irmãos; e são geralmente chamados de Mandos e Lórien. Contudo, esses são de fato os nomes dos locais onde moram, sendo verdadeiros nomes Námo e Irmo.
Námo, o mais velho, mora em Mandos, que fica a oeste, em Valinor. Ele é o guardião das Casas dos Mortos; e o que convoca os espíritos dos que foram assassinados.Nunca se esquece de nada; e conhece todas as coisas que estão por vir, à exceção daquelas que ainda se encontram no arbítrio de Ilúvatar. Ele é o Oráculo dos Valar; mas pronuncia seus presságios e suas sentenças apenas em obediência a Manwë. Vairë, a Tecelã, é sua esposa, e tece em suas telas, repletas de histórias, todas as coisas que um dia existiram no Tempo, e as moradas de Mandos, que sempre se ampliam com o passar das eras, estão re-vestidas dessas telas.

Irmo, o mais novo, é o senhor das visões e dos sonhos. Em Lórien estão seus jardins na terra dos Valar, repletos de espíritos, são os mais belos locais do mundo. Estë, a Suave, curadora de ferimentos e da fadiga, é sua esposa.Cinzentos são seus trajes, e o repouso é seu dom. Ela não se movimenta de dia, mas dorme numa ilha no lago sombreado de árvores de Lórellin. Nas fontes de Irmo e Estë, todos os que moram em Valinor revigoram suas forças;e com freqüência os Valar vêm eles próprios a Lórien para ali encontrar repouso e alívio dos encargos de Arda.

Mais poderosa do que Estë é Nienna, irmã dos fëanturi, que vive sozinha. Ela conhece a dor da perda e pranteia todos os ferimentos que Arda sofreu pelos estragos provocados por Melkor.Tão imensa era sua tristeza, à medida que a Música se desenvolvia, que seu canto se transformou em lamento bem antes do final; e o som do lamento mesclou-se aos temas do Mundo antes que ele começasse. Não chora, porém, por si mesma; e quem escutar o que ela diz, aprende a compaixão e a persistência na esperança. Sua morada fica a oeste do Oeste, nos limites do mundo; e ela raramente vem à cidade de Valimar, onde tudo é alegria. Prefere visitar a morada de Mandos, que fica mais perto da sua; e todos os que esperam em Mandos clamam por ela, pois ela traz força ao espírito e transforma a tristeza em sabedoria. As janelas de sua casa olham para fora das muralhas do mundo.

O maior na força e nos atas de bravura é Tulkas, cujo sobrenome é Astaldo, o Valente. Chegou a Arda por último, para auxiliar os Valar nas primeiras batalhas contra Melkor. Aprecia a luta corpo a corpo e as competições de força; não cavalga nenhum corcel, pois supera em velocidade todas as criaturas providas de patas, além de ser incansável. Seu cabelo e sua barba são dourados; e sua pele, corada. Suas armas são suas mãos. Presta pouca atenção ao passado ou ao futuro, e não tem serventia como conselheiro, mas é um amigo destemido. Sua esposa é Nessa, a irmã de Oromë, e também ela é ágil e veloz. Ama os cervos, e eles acompanham seus passos onde quer que ela vá aos bosques; mas ela corre mais do que eles, célere como uma flecha com o vento nos cabelos. Adora dançar, e dança em Valimar em gramados eternamente verdes.

Oromë é um senhor poderoso. Embora seja menos forte do que Tulkas, é mais temível em sua ira; ao passo que Tulkas sempre ri, tanto na luta por esporte quanto na guerra; e, mesmo diante de Melkor, ele riu em batalhas ocorridas antes do nascimento dos elfos. Oromë amava as terras da Terra-média e as deixou a contragosto, sendo o último achegar a Valinor. Muitas vezes, no passado, atravessava as montanhas de volta para o leste e retornava com suas hostes para os montes e as planícies. É caçador de monstros e feras cruéis e adora cavalos e cães de caça, ama todas as árvores, motivo pelo qual é chamado de Aldaron e, pelos sindar, Tauron, o Senhor das Florestas. Nahar é o nome de seu cavalo, branco à luz do sol e prateado à noite Valaróma é o nome da sua enorme trompa, cujo som se assemelha ao nascer do Sol escarlate, ou ao puro relâmpago que divide as nuvens. Mais alto que todas as trompas de suas hostes, ela era ouvida nos bosques que Yavanna fez surgir em Valinor; pois ali Oromë treinava sua gente e seus animais para perseguir as criaturas perversas de Melkor. A esposa de Oromë é Vána, a Sempre jovem, irmã mais nova de Yavanna. Todas as flores brotam à sua passagem e se abrem se ela as contemplar de relance. E todos os pássaros cantam à sua chegada.

São esses os nomes dos Valar e das Valier, e aqui se descreve por alto sua aparência, como os eldar os viram em Aman. Mas, por mais belas e nobres que fossem as formas dos Filhos de Ilúvatar, elas não passavam de um véu a encobrir sua beleza e seu poder. E, se pouco se diz aqui de tudo o que os eldar souberam outrora, isso não é nada em comparação com seu verdadeiro ser, que remonta a regiões e eras muito além do alcance de nossa mente. Entre eles, nove gozavam de maior poder e reverência; mas um foi excluído do grupo e oito permanecem, os Aratar, os Seres Superiores de Arda. Manwë e Varda, Ulmo, Yavanna e Aulë, Mandos, Nienna e Oromë. Embora Manwë seja seu Rei e tenha a lealdade de todos sob as ordens de Eru, em majestade eles são semelhantes, ultrapassando de longe todos os outros, sejam Valar, sejam Maiar, sejam de qualquer outra ordem que Ilúvatar tenha enviado para Eä...


sábado, 14 de agosto de 2010

Que me olhe nos olhos quando falo.
Que ouça as minhas tristezas
e neuroses com paciência.
E, ainda que não compreenda,
respeite os meus sentimentos.
Preciso de alguém, que venha brigar ao
meu lado sem precisar ser convocado;
alguém Amigo o suficiente para
dizer-me as verdades que não quero ouvir,
mesmo sabendo que posso odiá-lo por isso.
Nesse mundo de céticos,
preciso de alguém que creia, nessa coisa misteriosa,
desacreditada, quase impossível :
- A Amizade.
Que teime em ser leal, simples e justo,
que não vá embora se algum dia eu
perder o meu ouro e não
for mais a sensação da festa.
Preciso de um Amigo que receba
com gratidão o meu auxílio,
a minha mão estendida,
mesmo que isto seja muito
pouco para suas necessidades.
Preciso de um Amigo que
também seja companheiro,
nas farras e pescarias,
nas guerras e alegrias,
e que no meio da tempestade,
grite em coro comigo :
" Nós ainda vamos rir
muito disso tudo " e ria muito.
Não pude escolher aqueles
que me trouxeram ao mundo,
mas posso escolher meu Amigo.
E nessa busca empenho
a minha própria alma,
pois com uma Amizade Verdadeira,
a vida se torna mais simples,
mais rica e mais bela . . .


By Sir Charlie Chaplin

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O AMOR [ Fernando Pessoa ]


O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...

Outros tempos...


Eu já vivi no tempo da verdade...
(Tempo em que a inocência andava de mãos dadas com a verdade e não o contrário; mas hoje a inocência não mais existe e a verdade mudou de endereço)
Eu vivi em um tempo de amor maior,
amor total,
sem igual...
Tempo em que ilusão e certeza incerta
eram a aorta do coração.
Nesse tempo também existia "nós dois",
que na verdade era só um,
num corpo só,
uma só carne...
Era o tempo em que alma gêmea existia...
e que nem a eternidade separaria
o que uma noite quis unir.
Éramos mais do que desejo e descoberta.
Éramos mais do que vontade inexplicável.
Você era minha maior aventura,
a minha ânsia inefável.
Naquele tempo,
na nossa difusa paisagem,
você era, pra mim,
mais substancial que uma miragem.
Éramos mais do que dois jovens...
mais do que dois corações,
mais do que dois belos sentimentos,
ambos isentos de razões.
Éramos mais do que sangue,
éramos mais do que nomes.
Éramos mais do que segredos,
éramos quase sinônimos.
Havia uma aura que unia e completava,
contemplava e se encaixava,
se fundia e misturava,
fazendo do "nós" aquele "um só"...
Éramos iguais.
Éramos orgulho e raiva que diluíam-se
com um soluço que dizia
que eu não viveria sem suas mãos
e nem você sem meus abraços,
na mais perfeita união...
Mas aquele tempo
que parecia ser tão bom
foi cruel com nós dois,
nos enganou dizendo que
a melhor hora era o "depois".
E como imaturas almas,
não reconhecemos nossa vez,
nos dispersamos na estrada
e o tempo fez o que fez:
tratou de nos apartar,
sem nos dar segunda chance,
e ficamos assim pra sempre:
eu, o algodão,
você, o arame.

P.S.: Não achei foto de algodão e arame juntos, o segundo estraga o primeiro...

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Os opostos se atraem... Os dispostos se distraem...




Mais uma do Baú.

São todas as pretensões que tornam ridículas as pessoas?
Muito simples é fingir que nada se sabe,
é fazer-se menos de uma metade,
é nunca criar expectativa alguma,
para, às vezes, surpreender.
Mas é honesto esconder-se em subterfúgios?
Bonito é mostrar-se.
Seja como se é, seja como se quer ser.
Toda essa coragem pode revelar
que a aparente pretensão
não passava de uma previsão.


segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Destilando o veneno

Vou mostrar que eu e a Cléo Pires temos uma coisa em comum...

Cléo, pelos papparazzi:

Cléo na Playboy:
Tá malhando, miga?

Nós duas amamos o Adobe Photoshop.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Eles voltaram!





SHOW DIA 17/10 NA CONCHA ACÚSTICA!







PS: Sim, essa notícia merece um post!

Pro dia nascer feliz.

Gosto daqueles dias em que a gente acorda e passa o dia rindo das coisas da vida. Hoje está sendo assim. Tudo parece motivo para uma boa risada, ou no mínimo para um sorrisinho de canto de boca. Abrir os olhos pela manhã é engraçado, ver o céu nublado também. Mas o que mais me diverte nesses dias é observar as pessoas. Ah, como isso é bom!

Hoje vim pro estágio olhando atentamente para todo mundo. Os moradores do meu prédio, os habitantes da minha rua, o catador de latinhas, o moço que vende frutas, os passantes sem rosto que me acompanharam na calçada, os passageiros do ônibus. Enfim, até na velhinha levando o poodle pra passear eu reparei.

Sabe o que vi quando reuni todas essas imagens? Um formigueiro. Gente, como a gente se parece com um formigueiro, fiquei impressionada. Todo mundo andando em alguma direção com alguma atividade pra ser realizada. Sem parar. Um fluxo de gente atarefada, preocupada com o tempo, com as contas, com os filhos. Uma enorme onda de preocupação.

Ri quando pensei que eu estava caminhando em cima de uma bola que flutua no universo, solta no meio do nada. A vida às vezes parece uma grande piada ou uma grande tragédia. Simplesmente não quero me preocupar e me esforço para que isso não ocorra. Não quero dizer que estou certa e que todos que se preocupam errados, claro que não. Trata-se apenas de uma escolha, e cada um deve fazer a sua e arcar com as consequências. Eu escolhi sorrir.

Sei que também sou uma das inúmeras formigas sem rosto desse enorme formigueiro, andando de lá pra cá, cumprindo com as obrigações. Entretanto, hoje sou uma formiga que anda distraída, que sempre sai da fila, que começa a rir das bobagens a ponto de se perder pelo caminho.

Hoje escolhi ser a formiga feliz.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

TELA DE PRIMAVERA




Em tarde de primavera
Quando tudo ainda era
Uma abstração sem fim
Tu surgiste na janela
Como figura mais bela
Trazendo cores pra mim
Com as cores que trouxeste
Pintei umas velhas vestes
E vivi meu carnaval
Utilizei alguns pinceis
Colori os tons pastéis
Pra ficar especial
Planejei todo o festim
Eu queria cor e vida
Muita comida e bedida
Alegria, alegria, enfim...
E no fundo do quintal
Onde vivi o meu sarau
Me embriaguei até cair
As cores se dissiparam
Minhas vistas tremularam
Ao te ver dali sair
Pra guardar a minha festa
Resolvi pintar uma tela
Algo um pouco surreal
Para o negro dos teus olhos
Usei uma tinta óleo
E ficou quase igual
O mesmo rosa da tua blusa
Eu usei para a moldura
Que era de cor marfim
Pintei umas azaléias
Já bem perto da janela
E ficou bizarro sim!
Mas toda vez que olho pra tela
Lembro a coisa mais bela
Que um dia foste pra mim.


P.S.: Esse poeminha eu escrevi dia 09-09-09, não por ser uma data cabalística, mas por ser uma data comicamente significativa, rs.

Gente, eu publiquei um rascunho "Let me tell a secret" sem saber que ele apareceria lá atrás, nas postagens antigas. Qualquer coisa, olhem lá... (depois eu apago esse post aqui)

+ do logo da Copa


Heheh... Brinks.

Agora é sério:


FIBA: Federação Internacional de Basquete

Querem ver um logo de verdade? Se liguem:

Sorria!

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Oração ao tempo.


Salvador Dalí


És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo tempo tempo tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo tempo tempo tempo...
Compositor de destinos
Tambor de todos os rítmos
Tempo tempo tempo tempo
Entro num acordo contigo
Tempo tempo tempo tempo...

Por seres tão inventivo
E pareceres contínuo
Tempo tempo tempo tempo
És um dos deuses mais lindos
Tempo tempo tempo tempo...

Que sejas ainda mais vivo
No som do meu estribilho
Tempo tempo tempo tempo
Ouve bem o que te digo
Tempo tempo tempo tempo...
Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso
Tempo tempo tempo tempo
Quando o tempo for propício
Tempo tempo tempo tempo...
De modo que o meu espírito
Ganhe um brilho definido
Tempo tempo tempo tempo
E eu espalhe benefícios
Tempo tempo tempo tempo...

O que usaremos prá isso
Fica guardado em sigilo
Tempo tempo tempo tempo
Apenas contigo e comigo
Tempo tempo tempo tempo...

E quando eu tiver saído
Para fora do teu círculo
Tempo tempo tempo tempo
Não serei nem terás sido
Tempo tempo tempo tempo...

Ainda assim acredito
Ser possível reunirmo-nos
Tempo tempo tempo tempo
Num outro nível de vínculo
Tempo tempo tempo tempo...

Portanto peço-te aquilo
E te ofereço elogios
Tempo tempo tempo tempo
Nas rimas do meu estilo
Tempo tempo tempo tempo...


Caetano Veloso
Engraçado como são as coisas, conheço essa música há algum tempo e nunca dei muito valor. Agora a ouço e sinto que ela resume o que espero da vida. O que é viver senão relacionar-se com o tempo? E se ele é algo determinante e tão presente em nossa existência, por que não fazer de tudo para manter uma boa relação com ele? Caetano Veloso me fez perceber que o segredo de viver bem é fazer um acordo com o tempo, achei brilhante a simplicidade com que ele expôs essa grande descoberta nessa música.
Vai aqui o link do vídeo da versão de Maria Bethânia, que ficou lindíssima.