terça-feira, 20 de abril de 2010

Bem, depois de alguns dias buscando ansiosamente por alguma gota de inspiração, ela veio até mim num momento oportuno: quando lia sobre Existencialismo e refletia sobre o mesmo. Acho que cheguei a alguma conclusão sobre minha dificuldade de escrever ( isso porque corri para escrever, pois daqui alguns segundos tudo muda de novo). Pra falar a verdade, não é a escrita que está dificultada, mas o próprio ajuste das idéias na minha mente. (Pra vocês terem uma noção, nem o termo “mente” me simpatiza mais...)
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(AUTO-INSTRUÇÕES: Estale os dedos, se ajuste no sofá, respire fundo e... engraçado, tente não pensar!)

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É muito doído para uma só pessoa ser de uma personalidade obssessiva-compulsiva (e controladora) ao mesmo tempo em que é discípula da relatividade. Isso a faz sentir-se impotente, insegura, paradoxal, contraditória, inconstante, infiel, desleal consigo mesma.
Isso a faz procurar desesperadamente por uma fidedignidade que nunca será encontrada.
Isso a faz correr atrás de uma congruência que nunca existirá nem em si mesma, nem no mundo (haha, muito menos no mundo).
Isso a faz cursar uma Psicologia da vida com a ilusão de que o curso trará respostas para os seus numerosos questionamentos (coitada, nem sabe que o curso aumenta esses questionamentos para uma frequência imensurável...).
Isso a faz se sentir isolada e estranha ao mesmo tempo em que ela não admite entrar para essa tribo que todo mundo entra e pensa ser a melhor. Mas isso também a faz se sentir hipócrita por ter dito essa última frase.
Mas além de tudo, sem posteriores comentários de que o texto está depressivo-suicida, ela sabe que desistir da vida é a maior covardia consigo mesma.
Essa pessoa (eu..hehe), se pergunta porque que as pessoas falam mal de uma “Isabel (Viver a Vida) mirim”, sem saberem que as crianças que viveram no País das Maravilhas sofreram muito quando descobriram que as nuvens não eram feitas de algodão. Mas ao mesmo tempo, ela concorda com Shakespeare quando ele diz que não se deve falar para as crianças que sonhos são bobagens, pois isso é humilhante e trágico.
Ela ainda não entende como os ditados dos antigos podem ser tão certos e ao mesmo tempo dizerem coisas antagônicas.
Sinceridade? Ela ainda não entende muito bem essa história de contingências e circunstâncias porque, afinal, o tempo não se deixa entender. Pois se deixasse, ela saberia porque agora ela defende isso e daqui cinco minutos ela renega aquilo...
É engraçado como ela admira quem luta por um ideal e se emociona por uma causa, ao mesmo tempo em que ela tem pena desse alguém, chamando-o de inocente.
Por falar em inocência, é irônico que ela se emociona com a frase: “A dúvida é o preço da pureza e é inútil ter certeza...”, depois de ter dito tudo isso aí encima.
É cruel a forma como ela se auto-sabota mesmo tendo plena consciência disso.
É incrível como seu pensamento é ágil e fluido ao mesmo tempo em que suas palavras e suas ações não se manifestam.
É estranho que nela coexista alegria e tristeza ao mesmo tempo, num mesmo coração. Daí ela pensa: Será que Newton estava errado ao dizer que dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço ao mesmo tempo? Depois ela cai a ficha e percebe o quanto é burra, afinal, sentimentos não são corpos, só fazem parte deles...
É triste para ela refletir sobre a frase que sua mãe sempre lhe diz: “Quanto mais jovem, mais corajoso!”, porque ela se sente uma idosa. Daí ela pensa: Se eu já não conheço coragem hoje, quando eu tiver a idade da mãe eu nem vou lembrar que esse nome existe?, ou será que vai ser o contrário: a idade avançada trará uma serenidade que espantará qualquer temor?
Sabe, ainda é muito interessante que ela se sinta presa onde deveria se libertar... Que ela se importe com que os leitores vão pensar de um texto que deveria ser escrito com essa tal de alma que todo mundo fala, que todo mundo preza...
É muito indignante que ela nunca tenha uma resposta, ao mesmo tempo em que ela toma aquela propaganda de que as perguntas fazem o mundo evoluir, como um elogio.
E é chato que ela tenha mil coisas para escrever ao mesmo tempo em que tem preguiça e tem afazeres que voltam a contradizer tudo que ela quis escrever...

4 comentários:

Camila Marques disse...

Adorei seu texto, Any. Acho que o melhor desse blog é a gente poder saber o que tá acontecendo no diadia da gente. Muito profundo o que vc disse, todos nós nos quetionamos sobre o nosso modo de ser porém acho que vc faz isso com muito mais intensidade.

Renata Oliveira disse...

Esse texto está excelente, Du, parabéns!
Mas levando em consideração que além de palavras ele tem uma 'alma', é bom pra mim, que sou sua amiga, saber como se sente. E saiba também trago em mim boa parte desse sentimento, ou de algo parecido.
Acho que, como seres humanos que somos, nunca conseguiremos encontrar a unicidade e a congruência total. Você conseguiu traduzir todo nosso paradoxo de ótima maneira.

Ângela Batista disse...

Agradecida!rs :) By the way, how are you feeling today?

Renata Oliveira disse...

I feel tired, but good.