domingo, 30 de maio de 2010

Let me tell a secret...




...mas dizem que as histórias de Amor são trágicas porque são de Amor! É besta, né? É óbvio, né? Tá bom...






Mas falando em óbvio, eu nunca vi a Razão dizendo que sofre (depois decobri que ela também mente!!!!!!!!!!!!). Talvez ela seja a exceção para a regra: "água mole em pedra dura tanto bate até que fura". Parece que ela tampa os ouvidos e fecha os olhos quando ouve falar de sentimentalismo... Ela não se permite isso, porque diz que a vida é muito séria para não ser tratada com importância.






Certa vez assisti um discurso dela; ela dizia: "-Pra quê tanta extravagância? Pra quê tanto histrionismo? Tudo isso é desequilíbrio, é anormal, errado e feio..."






(Acho que a Razão teve muitos filhos, mas nenhum a ama (apenas obedece), tanto por ela não permitir, tanto por eles não terem aprendido isso...)






Continuando seu discurso: "- Vocês acham que seguir regra é uma prisão, mas vocês não sabem que o chamado da Autonomia é esse. Além que de vocês falam, falam, pregam e rogam, mas são tão preconceituosos... Decidam-se, humanos! Se quiserem ser meus discípulos, esqueçam essas coisas bobas (ou boas, Razão?) que aprenderam na infância... Pois para mim, importantes são os fatos, as provas, a sensatez, a fé cega, o olho vivo... Sabe porquê? Porque a tal da Emoção roda, sobe e desce, vai e volta, entra e sai, mas depois ela te deixa no mesmo lugar, cheio de furos, uma peneira, tábua de tiro ao alvo... Eu, a Razão, prometo evolução, prosperidade, progressão, progresso e irreversibilidade!"






É verdade que, quando a Desilusão bate na nossa porta, ligamos para a Razão para fechar o contrato... Mas não quero falar das cláusulas, muito menos do cumprimento dessas, já que o ser humano é indeciso. Só quero contar para vocês uma história que eu descobri há pouco tempo num livro secreto, meio apagado, que explicava a gênese do mundo, das coisas (como um mito)...Lá dizia assim:






"A EMOÇÃO & RAZÃO são dois velhos apaixonados, assim como o SOL & LUA. A Emoção já tinha seu nome registrado, a Razão era mais jovem, ainda não tinha seu registro e nem gostava do significado do seu nome...



Quando os dois iam se casar, o pai da Razão (tenho certeza que vocês são capazes de deduzir o nome) deu o ultimato, dizendo que para ela se firmar como a Razão e honrar seu papel de filha, não precisando mudar de nome, ela teria que renunciar a Emoção e se aproximar do Orgulho, seu futuro professor... Hoje a Razão é mestre de si mesma, mas toda essa consistência esconde a frustração, a vergonha, o arrependimento e algo que hoje é inadmissível para ela, a submissão... Como ela própria diz, certas coisas são irreversíveis e elas nunca poderão deixar de ser o que são, elas nunca morrerão..."






Na minha opinião, não existe outra história (nem Romeu & Julieta) que supere essa tragédia...

4 comentários:

Renata Oliveira disse...

Sabe o que eu acho? Que não há Razão eterna, que prevalece. Você pode até tentar e querer ser racional o tempo todo, mas quando menos espera a Emoção vem e te dá uma rasteira! E é aí que a vida mostra toda a sua graça.

Adorei o texto! :)
Mas fiquei com uma dúvida, você quem escreveu tudo ou realmente tirou alguns trechos de um livro?

Ângela Batista disse...

Poxa, Duds, não sei se tomo a sua dúvida como uma ofensa ou como um elogio...rs

Ângela Batista disse...

Não sou Deus, mas essa gênese aí foi fruto da cabecinha aqui...mesmo...Aproveitando o ensejo, assistam "A fúria dos Titãs", super legal!

Renata Oliveira disse...

Du, claro que não foi ofensa!

Gostei bastante do texto, e da idéia do mito. Só fiquei em dúvida mesmo pq sou lerda, não entendi se havia livro mesmo ou não...rs